sábado, 29 de setembro de 2012

Luis Eduardo Magalhães


Em companhia dos planadores em LEM

Voando com consumo de 26 litros/hora , apenas em trechos longos ... 


Sala bacana no hangar de LEM, obrigado Franciosi pela excelente infraestrutura


Luis Eduardo Magalhães


Após descansar um pouco decolei rumo a Luis Eduardo Magalhães, cidade próxima a Barreiras também no Oeste Baiano.  Foi um voo por cima de um relevo mais acidentado, no início com alguma cobertura florestal, mas a medida que o voo progredia comecei a sobrevoar o cerrado bem mais seco.

Aproximação do plato de LEM 

Comecei a escutar os planadores voando em cima do platô de LEM, e bati um pouco de papo com eles.  Comecei a voar em cima de terreno familiar, afinal já voei campeonato de planadores nesta região, além dos voos de Stemme em 2011.  O “novo” aeroporto foi inaugurado em abril deste ano, com pista que comporta pouso até de Boeings.  Fiz uma passagem baixa justamente quando o Bueno estava pousando o S10 , acho que a filmagem ficou bem bacana. 

 Abastecendo em LEM , gasolina a R$3,40 /litro, a mais barata do Brasil !!!

Foi muito bom reencontrar os vários amigos que estavam voando os modernos planadores levados até lá do Sudeste, especialmente após a tensão documental de Macapá. 

 Painel, junto com o famoso "TO" Catering Service, água, passas (Patrocinio SunMaid), frutas barrinhas de cereal





sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Macapa - Redenção


Hoje foi um dia de grandes distâncias, e mais de 7 horas de voo novamente.  Saí sem tomar café da manhã do hotel IBIS de Macapa para ganhar alguns minutos.  Tinha um pouco de receio do superdesenvolvimento das nuvens na região Amazônica, que é uma das mais umidas do planeta.  Já havia observado a meteorologia no dia anterior, e pela foto de satellite vi os enormes CBs formados no periodo da tarde.  Na região do equador a meteorologia é um pouco diferente do que estamos acostumados nas latitudes mais altas, mas Amazonia para mim = umidade = superdesenvolvimento.

Decolando do Macapá International Airport 

No aeroporto de Macapa paguei a taxa de pouso  e permanência de aeronave estrangeira, aproximadamente USD150, a mais cara de toda viagem, continuamos no jargão “Brasil o país dos impostos”, em Caiena e Fort de France paguei 7 euros, nas Bahamas/ Porto Rico, zero…  Esqueci de mencionar que a AVGAS custa USD2,50 por litro !!!!!  Mas a gasolina vem de caminhão tanque de Belém (Pará) leva 2 dias de Balsa, e mesmo a gasolina de aviação como chega e Belém… ???

Rio Amazonas, após decolar de Macapá 

Em Macapá me despedi do prefix N821RV agora na metamorfose de marcas o RV7 tem o prefix PT-ZTO, e com isso facilita tudo dentro do Brasil.  Com autorização de voo em mãos, os trâmites no aeroporto foram rápidos e antes das 08:00 decolei rumo sul. 

A Fortaleza S José , ano 1750 

O voo teve um visual privilegiado novamente, inicialmente passei baixo pela  Fortaleza São José construída as margens do Rio Amazonas, cerca de 1750 pelos Portugueses, é a atração turística mais bacana de Macapá.  Está em boas condições restaurada alguns anos atrás, nunca foi atacada por piratas franceses ou ingleses.  Antes de cruzar o rio Amazonas voei alguns minutos na costa para ganhar altura, pois o rio é muito largo.

Rio Amazonas

Voei na proa de Tucuruí, avistando uma das grandes hidrelétricas do Brasil, infelizmente notei a floresta bem devastada na aproximação para a cidade.  Além de avistar o bonito rio Tocantins a rota me levou por cima da Ilha do Bananal, que segundo a escolha de primeiro grau lembro de ter aprendido que era a maior ilha fluvial do Brasil, e por isso lembrei do nome.  Fiz algumas curvas em cima da ilha para tentar algumas fotos interessantes.

Represa de Tucuruí

Ilha do Bananal

Com o vento de frente minha media de velocidades diminui um pouco, e resolve tentar pousar em algum local antes do meu destino, Paraiso de Goiás, resolve apelar pelo ótimo metodo “frequencia livre”, um piloto me informou que na pista de Araguaia não havia gasoline, mas em Redenção, SNDC, havia gasolina.  

Ja na aproximação para o aerodromo vi chuva na minha frente, uma nuvem resolveu descarregar.  No taxi estava para entrar no terminal construido pelo Estado (possivelmente) quando alguém acenou para eu continuar em frente, continuei no “puxadinho” do aeroporto, que tinha vários hangars já debaixo de chuva.  O pessoal indicou para eu entrar no grande hangar (aberto) com o avião no taxi.  Ou seja nem chuva eu tomei !!!!

Só depois de ver a fisionomia das pessoas que percebi que ainda estava na região Norte no sul do estado do Pará.  Vi alguns índios ao lado dos aviões, junto com uma enfermeira da agencia federal de saude indigena, ela ia levar pai e filho para o posto de saúde.  Meio encabulado perguntei a etnia deles, Caiapós e ainda bati foto, me senti o turista branco dos filmes de cinema !

Índios Caiapós em Redenção (Sul do Pará) 

Impressionou o movimento de aeronaves nesta localidade, o tempo todo chegava e saia algum avião além de 2 helicopteros pequenos, bimotores grandes, cesnas novos.  Região não é Agricola, o que move a economia é principalmente o gado, sem duvida com as enormes distâncias o avião é o meio de transporte importante para os empresários locais.



MACAPA EXTRA EXTRA

EXTRA EXTRA !!!!


Masssssss, eis que boas notícias acontecem, contrariando minhas expectativas, a ANAC fez em caráter de exceção, numa rapidez record, a emissão de uma Autorização Especial de Voo, normalmente isso leva de 3 a 5 dias.  Agradeço ao pessoal da Agência de Nacional de Aviação Civil que deu uma "acelerada" no meu processo. 

Depois desta boa notícia amanhã um voo espetacular, longa perna de SBMQ até SWTO (Tocantins) e depois até Goiás.  Total umas 7h de voo


quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Caiena - Macapa


Apesar de ter um terminal grande, e muitas pessoas trabalhando no aeroporto, os procedimentos em Cayenne foram extremamente simples, apenas uma General Declaration para sair, plano de vôo e tudo liberado.  Saí um pouco mais tarde, e decolei minutos depois do pouso Air France vindo de Fort de France (Martinique).  Pelo mapa já sabia que seria um trecho grande em cima do mar verde, ou seja de floresta amazônica mesmo.  Na primeira ½ hora de voo até que tudo correu bem, mas depois tive que começar a desviar das grandes nuvens, mesmo voando a 10.500pés (3300m) do nível do mar.

A 10.500 pés com nuvens a serem desviadas

Confesso que fiquei um pouco desconfortável ao olhar para o mapa e não ver nenhum aeroporto próximo ou povoado, olhando para baixo apenas densa floresta.  Nas cartas aeronáuticas grandes vazios, apenas Serra da Lombarda ou mesmo reservas indígenas.   Resolvi então aproar o litoral, na idéia de que existem mais povoados próximo a costa.  Aproei na verdade a pista de Amapá SBAM, eventualmente começaram a surgir alguns pastos, o que já melhora bem a alternativa de pouso fora, em caso de problemas.   Se um dia eu passar por essas bandas novamente, farei a rota litoral, um pouco mais longa, mas com certeza mais segura, além das formações de grandes nuvens serem menores próximo a costa.

VOR flight (voo observando a rodovia)

Tem um blog muito interessante de um piloto da American Airlines que conheci pessoalmente em Salt Lake City, com um post sobre voar no Brasil, a bordo de um Boeing, vale a pena ler se chama Cockpit Chronicles . O texto dele a bordo de um boeingão a 35.000 pés com todo equipamento possível: I've flown in some areas with poor ATC reception, most notably Piarco radio in the Caribbean, but nothing has been more challenging for me than Brazil. The VHF transmitters are spread out over vast areas. Often two transmitters will be operating at the same time which causes a distracting echo over the speaker. The HF radios we use when flying across the Atlantic would be an improvement from this system. 

De SBAM para Macapa dá para fazer o famoso voo “VOR” voo observando a rodovia, a única asfaltada num raio de milhares de quilômetros.  O contato rádio com Centro Amazônico só consegui quando estava a 60NM (130km) do aeroporto de Macapá, antes disso apenas escutava os jatos comerciais vindo da Europa ou EUA voando lá em cima.  Antes de outra parede de grandes nuvens, resolvi descer e voei a 2500pés nos ultimo 20 minutos desta perna, apreciando a paisagem na aproximação para a cidade de Macapá.  Quanto mais próximo da cidade, menor a cobertura vegetal, ou seja virou tudo pasto de gado, não avistei agricultura.

Próximo a Macapá não tem muita floresta 

Estacionei ao lado de outros aviões no grande pátio do aeroporto internacional, para minha surpresa não veio ninguém olhar nada... Peguei meus documentos, e fiz o passeio no aeroporto.  Policia Federal pegou 6 Gendecs e carimbou todas, depois fui a ANAC, que também carimbou.  A ANVISA , agencia nacional de vigilância sanitária foi até o avião olhar se o avião tinha condições de higiene.  Uma hora depois chegou o fiscal da Receita Federal, tudo foi muito rápido e os funcionários dos órgão bem atenciosos. 

Estacionado em SBMQ

Vale dizer que o calor aqui, 35 graus todos os dias, a cidade é bem isolada do resto do país, passagem aérea TAM ou GOL para SP mais de R$1000 por perna !!!!  Aqui é uma ilha literalmente, de barco leva 18h até Belém, não existem rodovias que atravessam o Amazonas, obviamente.  Mas o pessoal muito bacana na cidade, bastante vento vi o pessoal fazendo kitesurf

Fui de carona para a cidade direto para a Receita Federal, onde o fiscal me mostrou o caminho lá dentro, entreguei todos os documentos, menos a autorização da ANAC para sobrevoo no Brasil. 

Aí tive problemas, por um erro documental (efetuei o desregistro do RV nos EUA), deveria ter feito isso apenas na chegada em Campinas.   Levarei alguns dias para sair de Macapá, até a Agência Nacional de Aviação Civil emitir a autorização especial de vôo.  Fiquei muito irritado com o assunto, pois errei no documento. 

 Capital do Estado do Amapá, Macapá City !